MENSAGEM 1.º DE DEZEMBRO
Viva Portugal!
Foi há 380 anos o primeiro 1.º de Dezembro a merecer celebração. Foi o primeiro em que voltámos a gritar outra vez, outra vez plenamente livres, independentes e soberanos, a própria liberdade do país e a nossa liberdade colectiva como povo.
Foi um dia extraordinário. Devemos a um punhado de homens extraordinários o facto extraordinário que é a continuidade de Portugal. Nunca devemos esquecer o exemplo: a ousadia e a coragem dos 40 conjurados que fizeram a ruptura, o ânimo e o espírito de servir de D. João IV e D. Luísa de Gusmão, de novo reis portugueses de Portugal, e a bravura de milhares de soldados patriotas e seus chefes militares que venceram 28 anos de guerra para que, enfim, pudéssemos viver a liberdade reconquistada com a paz restabelecida.
A eles devemos todos os 380 anos seguintes da História de Portugal e tudo aquilo que, desde então, pudemos realizar e alcançar em Portugal e no mundo. Muita História de Portugal se lhes deve. História portuguesa, não de outros.
Hoje, nos Restauradores, comemoramos o dia de modo mais sóbrio e simples do que o habitual, em razão da crise sanitária que assola o país e inquieta as famílias portuguesas. A comemoração não deixa de ter a mesma solenidade, a mesma elevação, a mesma emoção, a mesma gratidão de todos os 1.º de Dezembro. Ao soar dos hinos, ao içar as bandeiras, ao depositar as flores, a cada toque de homenagem no clarim, ao celebrar a Acção de Graças na Igreja de S. Domingos, é o mesmo patriotismo que nos faz vibrar, unidos por Portugal.
Poucos anos depois de 1640, ainda em guerra, D. João IV, o novo rei português de Portugal, com o parecer das Cortes, fez coroar, coroou Nossa Senhora da Conceição como Rainha de Portugal, a nossa Rainha. É outra memória desse tempo de crise, desse tempo de incerteza, desse tempo de ansiedade, desse tempo de esperança, que nos chega também até hoje. Unido àqueles que crêem, rezo à nossa Rainha para que guarde e proteja o nosso país e o nosso povo, alimente e ilumine a alma de todos os portugueses: das mulheres e dos homens de Portugal, das crianças e dos velhos, de todas as cores de pele, tanto os que estão cá, como os que estão longe. Peço-lhe que faça sempre bravos, doces, irmãos e generosos os nossos corações portugueses, ajudando-nos a manter a tenacidade, a paciência, a determinação, a alegria e a coesão nacional para enfrentar e vencer todas as crises, como aquela que atravessa hoje Portugal. Rogo-lhe que permaneça, como Rainha, nossa referência, nossa companhia.
Não há palavras para dizermos tudo o que sentimos neste dia pelos nossos heróis, por Portugal, por todos os portugueses que já viveram e todos os que hoje vivem. E por não haver palavras, a todos peço um minuto de silêncio.
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Muito obrigado.
O silêncio sempre nos diz o melhor que o nosso espírito nos fala.
Viva Portugal!
José Ribeiro e Castro
Presidente
Sociedade Histórica da Independência de Portugal