CONVITE: Exposição “O Diário de Notícias a as Comemorações do 1.º de Dezembro (dos finais da Monarquia à 1.ª República)”

01-12-2022 | Sala D. Antão de Almada, Palácio da Independência. Lisboa

CONVITE: Exposição “O Diário de Notícias a as Comemorações do 1.º de Dezembro (dos finais da Monarquia à 1.ª República)”

1 Dezembro recorte imprensa

Um tesouro

                Um arquivo de jornal é um tesouro, o tesouro do registo da memória. E quando o jornal é centenário, o tesouro é preciosíssimo. São muitas dezenas de anos que aí se guardam, em larguíssimos milhares de milhares de páginas. Os romanos diziam “verba volant, scripta  manent” – a palavra falada voa, os escritos ficam. Sem desprimor para o audiovisual (só nas últimas décadas), essa é uma das razões para a importância singular dos arquivos escritos. Ficam.

 

A primeira homenagem desta Exposição é, por isso, ao “Diário de Notícias”, sem o qual não saberíamos muito do que aqui está, nem todo o muito mais que guarda. Obrigado. Esta Exposição pede tempo a quem a visite: para a gozar e entender, não basta olhar; é preciso ler.

 

Este grande jornal e a Sociedade Histórica são da mesma criação. Nós nascemos em 1861, como Comissão Central do 1.º de Dezembro de 1640. O “Diário de Notícias” nasceu em 1864. Somos três anos mais velhos, única razão para não lermos nas suas páginas nada do nosso nascimento. Mas lemos já relatos deliciosos dos nossos primeiros passos, como, em 1867: “Entre as diversas manifestações pacíficas que ante-hontem 1 de dezembro, se fizeram para solemnizar a grata recordação desde dia, conta-se a que promoveu a grande comissão 1.º de dezembro.” A seguir, dá-se desenvolvida e emocionada notícia das celebrações, não esquecendo de destacar: “Tendo a referida commissão solicitado do principal inquilino daquelle pallacio permissão para o illuminar a gaz, o sr, Guthierres da Silva não só accedeu, mas com animo verdadeiramente portuguez pediu para que corressem por sua conta as despezas da illuminação.”

 

O arquivo do DN recorda-nos momentos da maior importância da nossa história associativa e do 1.º de Dezembro. E é completado por dois documentos que permitem tudo enquadrar e entender: o nosso Manifesto fundacional de 1861, onde tudo começou; e o “Diário do Governo” (dois números) que publicou os Decretos que, em 1910, instituíram o 1.º de Dezembro como feriado, ao modo moderno, e completaram, pouco depois, a sua denominação.

 

O nome original do 1.º de Dezembro, feriado nacional, é especialmente vibrante: Dia da Autonomia da Pátria Portuguesa e da Bandeira. E as peças do arquivo mostram como eram apaixonadas e vibrantes as comemorações deste dia nacional. Muitas vezes, reler o passado é refrescar o presente e iluminar o futuro. Esperamos que a Exposição vos agrade.

 

José Ribeiro e Castro

Presidente da Direcção da SHIP

 

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