04-03-2023 | 14:30 | Palácio Palmela - Rua da Escola Politecnica, 140, Lisboa
ACADEMIA LUÍS DE CAMÕES – VISITA GUIADA AO PALÁCIO PALMELA
Um tesouro quase desconhecido no centro da cidade de Lisboa
Edifício datado dos finais do séc. XVIII, foi projetado em 1792 pelo arq. Manuel Caetano de Sousa para sua residência, passando o edifício, por herança, para o seu filho, Francisco António de Sousa. Após o degredo deste, e do confisco dos seus bens, o Palácio passou para o Estado que o vendeu em hasta pública, sendo o seu comprador Henrique Teixeira de Sampaio, Barão de Teixeira e 1º Conde da Póvoa, que nele residiu com sua mulher Luísa Maria Rita Baltazar de Noronha.
O imóvel foi objeto de intervenção, possivelmente sob a orientação do arq. Luigi Chiari, resultando desta campanha de obras a capela, a escadaria nobre, assim como o seu aspeto atual, na generalidade.
Falecido o 1º Conde da Póvoa, o imóvel passou para o seu filho e herdeiro, João Maria de Noronha e Sampaio, o 2º Conde da Póvoa. Por morte deste, herdou o Palácio a sua irmã, Maria Luísa, cujo casamento estava já tratado, por imposição real, com o filho herdeiro do Duque de Palmela (daí a origem do nome do Palácio).
A partir de meados do séc. XIX, foi conhecendo novas intervenções durante esse período, nomeadamente o acrescento do andar superior, a construção do Pavilhão Escultórico no jardim, o revestimento exterior com placagem de cantaria de mármore rosa, a reformulação da porta principal, a construção do portão de acesso à rampa do jardim, entre outras. Em 1977,a propriedade foi adquirida pelo Ministério da Justiça, que aí instalou, desde 1980,a Procuradoria-Geral da República, orgão superior do Ministério Público. Classificado como Interesse Público, este imóvel traduz uma arquitetura eclética, cujo alçado principal surge estruturado em 4 pisos, destacando-se a porta principal, de verga encurvada, ladeada por 2 esculturas alegóricas, de A. Calmels, representando o “Trabalho” e a “Força Moral”, o remate da entrada coroado por frontão curvo, interrompido pelas armas dos duques de Palmela, a cornija saliente que marca a passagem para o último piso, a varanda ondulada do andar nobre e o trabalho em ferro forjado do gradeamento das varandas. No interior, muito bem decorado, encontramos quadros de Sequeira, Vieira Portuense e Vieira Lusitano, esculturas de Soares dos Reis e Teixeira Lopes, porcelanas, faianças, esmaltes de Limoges, entre outros.
De referir ainda que, em 1981, o edifício sofreu um incêndio de que veio a resultar a destruição da capela nele existente.