ROTA CULTURAL E HISTÓRICA DO MEMORIAL DO CONVENTO

22-03-2024 | 08:50 a 22-03-2024 | 18:30 | Encontro e formação do grupo, junto à Casa dos Bicos

ROTA CULTURAL E HISTÓRICA DO MEMORIAL DO CONVENTO

Considerado um dos mais importantes romances portugueses do séc. XX, o Memorial do Convento, de José Saramago, foi publicado pela primeira vez em 1982. Agora, ganha vida através de um roteiro literário, cultural e histórico, que parte da Casa dos Bicos, em Lisboa, e termina no Largo da Igreja de Cheleiros, em Mafra.

08h50 – Encontro e formação do grupo, junto à Casa dos Bicos 

 09h00 – Fundação José Saramago – Copiado o modelito ao italiano Palazzo Dei Diamanti de Ferrara, edificou-se no séc. XVI esta casa, que se destacava, e continua a destacar-se das restantes, pela original fachada sul. Coberta por um amplo xadrez de relevos piramidais, começou por ser conhecida como Casa dos Diamantes, como a ela se refere Saramago, mas depressa foi rebaptizada pelo povo, que em vez de diamantes, via bicos. Actualmente, o edifício, que foi construído a mando do seu proprietário original, Brás de Albuquerque, filho do então vice-rei da Índia, Afonso de Albuquerque, é a sede da Fundação José Saramago, que se dedica à vida e à obra do Nobel da Literatura. É também a primeira paragem da Rota do Memorial do Convento.

10h30 – Paragem junto à foz do rio Trancão  – Sacavém, na confluência do Tejo com o Trancão, destaca-se pela fertilidade das suas terras, pela exploração das salinas, e pelo transporte fluvial dos vários produtos oriundos do interior para Lisboa. Estas condições permitiram o surgimento de um importante porto fluvial com cais de atracagem. Segundo as Memórias Paroquiais no séc. XVIII, o povoado era composto por dois núcleos urbanos: Sacavém de Cima e Sacavém de Baixo e contava com trezentos e cinquenta fogos. Em 1759, em Sacavém de Baixo, existiam três cais: o de Nossa Senhora, o da Barca e o do Peixe, o que atesta o dinamismo económico da localidade.

11h30 – Praça Monumental de Santo Antão do Tojal – Palácio dos Arcebispos – Este conjunto monumental barroco é composto pelo Palácio dos Arcebispos e jardim, Igreja Matriz, Fonte-palácio e Aqueduto. Configura uma praça de grande aparato cenográfico, cuja obra de construção e remodelação do séc. XVIII foi da autoria do arquitecto italiano António Canevari, que se encontrava na corte a convite de D. João V para a construção do Aqueduto das Águas Livres.

A edificação desta praça monumental adveio da vontade do primeiro Patriarca de Lisboa, D. Tomás de Almeida, de transformar a propriedade rural num local aparatoso que simbolizasse o seu elevado estatuto social. O palácio, residência de verão do Patriarca recebeu por várias vezes o rei e a corte, tendo sido aqui que se realizaram as famosas cerimónias da Bênção dos Sinos.

 13h00 – Almoço na Quinta do Vale (em regime de buffet)

Sopa do cozido

Cozido à Portuguesa

Bacalhau com crosta de ervas

Doces e frutas

Vinho branco ou tinto, refrigerantes, águas

Café ou chá

 15h00 – Igreja de Santo André – Erigida durante o reinado de D. Dinis, no séc. XIV,  evoca as origens medievais de Mafra e foi construída por ordem da família donatária da vila à época. O primeiro documento-referência da igreja data de 1279 e os registos históricos existentes relativamente ao local de culto permitem antever que a sua construção estaria bastante evoluída, senão mesmo terminada, na primeira metade do século seguinte. Em 1344 foi sepultado no templo D. Diogo Afonso de Sousa, senhor de Mafra, Ericeira e Enxara dos Cavaleiros. Esta é um dos mais prestigiosos exemplos da arquitectura gótica paroquial.

16h00 – Cheleiros

O reguengo de Cheleiros recebeu Carta de Foro de D. Sancho I em Fevereiro de 1195, confirmada por D. Dinis em 1305, e foi agraciado com foral manuelino datado de 25 de Novembro de 1516. Sede de concelho durante mais de seis séculos passou a freguesia do município de Sintra em 1836 e foi definitivamente integrado no de Mafra em 1855. A sua história ficou ligada à poderosa família dos Ataíde, senhores da vila no início do séc. XVI e que deixaram uma notável marca nas duas igrejas manuelinas que ainda parcialmente se conservam no centro histórico.

 16h15 – Igreja e Cruzeiro de Cheleiros

Referida no reinado de D. Afonso II (séc. XIII), a igreja foi objecto de múltiplas campanhas de obras, a mais antiga na transição para o séc. XIV, onde se enquadra o portal principal. A incorporação, nas suas paredes, de materiais romanos e paleocristãos sugere a existência de uma villa romana na zona. A principal transformação ocorreu na época manuelina, sob a égide família Ataíde, responsáveis pela construção de uma nova capela-mor, onde se exibe a esfera armilar, emblema de D. Manuel I e as armas dos donatários. O cruzeiro do adro transferido no séc. XX, da estrada de acesso ao Carvalhal para o adro da igreja matriz, tem a particularidade de possuir fuste torso.

Ponte Medieval – A ponte gótica foi o principal vector de desenvolvimento da localidade, na medida em que permitia o controlo sobre pessoas e produtos que se deslocavam nesta parcela de território.

 17h00 – Basílica de Mafra – Elemento arquitectónico mais imponente do Real Edifício de Mafra, destacando-se o zimbório, a Basílica é uma obra-prima aos níveis construtivo e estético. Foi erigida entre 1717 e 1735, com a capacidade para acolher 80 religiosos, tendo sido sagrada em 22 de Outubro de 1730, no dia do 41.º aniversário de D. João V.

(…). E o convento, vai ser coisa grande, perguntara Baltasar ao cunhado, e este respondeu, Primeiro falou-se em treze frades, depois subiu para quarenta, agora já andam os franciscanos da albergaria e da capela do Espírito Santo a dizer que hão-de ser oitenta, (…).

Memorial do Convento, 1982, p. 69.

 

18h30 – Chegada prevista a Lisboa, junto ao Palácio Foz

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