Em 24 de Maio de 1861 fundava-se a Comissão Central do 1º de Dezembro de 1640 como reacção ao sentimento iberista difundido em largos sectores da sociedade portuguesa. A iniciativa partiu de Feliciano de Andrade Moura, comerciante lisboeta, que reuniu grande número de adeptos entre os quais Alexandre Herculano, Brito Aranha, Inocêncio Francisco da Silva, Anselmo José Braamcamp e José Estêvão.
Desde o início que a Comissão Central teve a sua sede no Palácio dos Almadas, então propriedade particular, e actualmente designado como Palácio da Independência.
Empenhando-se desde sempre na independência de Portugal, e no culto dos valores pátrios, a Comissão viu o número de associados aumentar gradualmente, o mesmo acontecendo ao seu prestígio. Os primeiros estatutos desta Comissão datam de 1 de Dezembro de 1869, tendo sido revistos várias vezes, a última das quais em 2011.
A partir de 1861 promoveram-se as comemorações do 1º de Dezembro, embora nesse ano não se chegassem a realizar por luto nacional devido à morte de D. Pedro V.
Ao longo dos anos as comemorações tomaram diversas formas, mantendo-se constante a celebração de um Te-Deum, tal como D. João IV determinava em 1641. A actividade da Sociedade Histórica da Independência de Portugal, nome que a Comissão tomou em 1927, orientou-se no cumprimento dos seus objectivos estatutários: promover o culto do amor à Pátria, comemorar as grandes datas nacionais, combater tudo o que afecte a dignidade de Portugal. Para tal a SHIP promoveu a edificação de diversos monumentos no País, salientando-se o Monumento aos Restauradores, a angariação de fundos para socorrer populações em casos de necessidade (a fome em Cabo Verde, em 1863, a recolha de livros para Angola em 1998), a realização de conferências, tanto de carácter histórico-cultural como político-institucional, exposições didácticas, programas radiofónicos, concursos para os jovens descendentes de portugueses a residir no estrangeiro, ou a edição de diversas obras literárias.
Em 1922 o Presidente da Comissão Central 1º de Dezembro, Senador Coronel Ramos da Costa, apresentou ao Senado um projecto de lei no sentido do Palácio da Independência ser considerado Monumento Nacional depois de adquirido à família Almada. Para o efeito recorreu-se em 1925 a uma emissão especial de selos comemorativos da Independência de Portugal.
A 30 de Maio de 1939, o Decreto- lei nº. 29-638 veio permitir a aquisição do Palácio pela Direcção-Geral da Fazenda Pública com a contribuição da Colónia de portugueses do Brasil, e posterior doação ao Estado. A escritura de compra do imóvel foi assinada em 25 de Agosto do mesmo ano.
Finalmente, a 24 de Novembro de 1940, a Sociedade Histórica da Independência de Portugal toma posse oficial do edifício, dando, assim, cumprimento ao disposto no § único do Art. 5º do Decreto- lei n.º 29.638 de 30 de Maio. Ainda nesse ano iniciam-se obras de restauro dirigidas pelo Arquitecto Raúl Lino, bem como a colocação de uma lápide comemorativa da compra do palácio pela colónia de portugueses do Brasil .